segunda-feira, 3 de abril de 2017

Os 13 Porquês, de Jay Asher


Clay Jensen leva uma vida normal. É um adolescente normal, com ocupações normais, pais normais, amigos... Mas algo muda na vida de Clay, a partir do momento em que ele conhece Hannah Baker. A menina nova logo vira a paixão secreta dele, que muito tímido, não consegue se declarar para ela. Com a ajuda de uma amiga em comum, eles se encontram em uma festa, conversam, e viram amigos. Depois, passam a trabalhar juntos no cinema Cresmont, da cidade, e sempre conversam nos corredores.

Contando assim, até parece uma história de amor, não é?

Só que não.

Hannah Baker sofreu abusos e assédios morais, psicológicos e até físicos, em seus 17 anos de vida. Era uma garota nova, que ninguém sabia nada sobre. Era apenas uma garota, que por ter beijado um rapaz e ele ter tirado fotos, acabou conhecida como uma garota fácil.

Narrando esta história, parece que conhecemos Hannah, que sabemos quem ela é, e podemos até imaginar alguém conhecido em seu lugar. Felizmente, Hannah não é real, é fruto da imaginação rica de Jay Asher, que lá em meados de 2007, publicou o livro. Mas, poderia ser real. Poderia ser sua amiga, sua irmã. Poderia ser você.

Os 13 Porquês conta a história de Hannah Baker, que com 17 anos, decide tirar sua própria vida, mas antes de cometer suicídio, ela narra, em 7 fitas cassetes, tendo dois lados cada uma - exceto a última - os motivos que a levaram tomar esta decisão fatídica. Ou melhor, as pessoas que a levaram até essa decisão.

As regras do jogo da Hannah são simples, e somente duas:
1) primeiro você escuta
2) depois você rebobina, e passa para o próximo da lista.

Simples, não?

Talvez nem tanto.



O livro é narrado por Clay, e começa a partir do momento em que ele recebe as fitas, na porta de sua casa. Ele não sabe do que se trata, e assim que consegue um aparelho antigo para ouvi-las, se desespera ao ver que Hannah Baker acabou de dizer que ele tinha sido um dos motivos para ela ter decidido se matar. É óbvio que a cabeça dele explodiu, com razão. Quando que ele pensaria que receberia fitas cassete de uma garota morta?

E assim, começamos a saga. Em uma madrugada, Clay escuta todas as fitas, e percebe que agora entende os motivos dos quais Hannah chegou a este ponto, e também percebe que se tivesse percebido antes, se tivesse ficado ao lado dela e não tivesse sido tão tímido, talvez as coisas seriam diferentes.

E este o ponto principal do livro.



Não vou revelar o que acontece nas fitas, mas é impressionante analisar, como pequenas atitudes podem nos transformar para sempre. E é essa a questão mais abordada.

Deixando a história de lado um pouco e abordando a estrutura do livro, é fácil dizer porque foi um best-seller na época, e porque a Netflix resolveu fazer uma série baseada no livro: Jay Asher foi simplesmente genial.

O livro conta com duas narrativas em perspectiva: a primeira e principal, é a do Clay, que nos leva em seus flashbacks e pontos de vista enquanto ele escuta as fitas da Hannah; e o segundo, que complementa a narrativa do Clay, é a narrativa da Hannah, nas fitas.

Hannah nos leva ao passado e, conforme Clay escuta suas fitas, dá a impressão de que ela está falando com a gente também, porque estamos ouvindo as fitas junto do Clay. São dois pontos de vista diferentes, que se complementam e se cruzam de uma forma muito mais linear do que aparenta ser.

Mas como toda obra não é perfeita, o livro também tem seus furos. A história não possui muita profundidade, nem mesmo seus personagens - até porque, tudo acontece em uma madrugada, e o livro não tem nem mesmo 250 páginas -, mas talvez fosse mais interessante dar um pouco mais de atenção para alguns pontos em que ficam lacunas.

Fora as lacunas, que já eram esperadas, o livro se mantém bem até o final - com um desfecho um pouco murcho, mas que faz sentido apesar de faltar sustância.

O livro é da Editora Ática, e está a venda na Saraiva online pela bagatela de R$ 39,90. Talvez em lojas físicas o preço seja um pouco mais salgado, pois nem todas as edições são recentes, mas, com a estréia da série, é capaz que o preço diminua e caiba melhor no bolso!

Nota do livro: 8,75/10 - Aprovado.

E essa foi a minha opinião sobre o livro Os 13 Porquês, do Jay Asher! O que você achou? Comenta aí se você leu o livro, compartilhe com os amigos, ajude o blog a crescer!




Em breve farei um outro texto contando as diferenças do livro para a série da Netflix e minhas teorias para uma possível 2ª temporada!

Bom, eu vou ficando por aqui!

Beijos da Gata e até a próxima dica de Literatura, aqui, na Toca do Gato!

4 comentários:

  1. Não terminei de assistir, mas já nos primeiros ep da pra ver que a falta de atitude ou a atitude do Clay, se tivesse feito algo mesmo. Essa série, é algo para se pensar, porque pode estar acontecendo isso com alguém em alguma parte do mundo... foda.
    Bom, em breve estarei com o meu livro em mãos. Bela apresentação da série mulher.

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    1. Obrigada lindão <3 agradeço.

      Leia esse livro logo depois das provas pra gente fofocar as diferenças pra série! hahah.

      Obrigada por ter comentado <3

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  2. Adorei como tu colocasse a história da série. <3

    Como tu sabe, já li o livro. Não curti muito porque, bom, tem as lacunas. Sinto que o Jay não funfou na hora de explorar o assunto - e a história que ele criou pra Hannah, pela capacidade de ser a mesma de qualquer um de nós, merecia isso. Mas estruturalmente o bicho foi genial SIM.

    O livro traz temas pesados e acho que a série pode suprir essas lacunas: em um episódio já notei muitas diferenças! Ainda não terminei de assistir porque tenho medo de lascar minha cabeça, mas vou me esforçar pra concluir. Haha

    Texto massa, Gata Gabs <3

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    1. Realmente, eu acredito que ele poderia ter ido mais afundo na Hannah, e isso me deixou frustrada... Na série a gente já vê que a Hannah tem muitas camadas e profundidades que no livro ela não tem. A gente também, no livro, só tem a visão do Clay, que não é muito limpa, já que ele era apaixonado pela Hannah. Já aa série mostra outras visões, principalmente dos pais... O que eu senti falta no livro.

      A série é mindblowing, e pra quem tem problemas psicológicos é um gatilho, né... Eu tive força pra terminar de assistir, mas me identificar com a Hannah em tanta coisa foi pesado...

      Hahahaha, obrigada por te ver por aqui <3

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